Filosofia e Existência

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terça-feira, 18 de março de 2014

Quarto degrau...Sobre um ecônomo...27 e 28

Quarto degrau...Sobre um ecônomo...27 e 28

27) Deus enviou um salvador espiritual de ovelhas obediente a Ele, muito parecido com ele para ser o tesoureiro do monastério, pois este era calmo e temperado como nenhum outro e manso como poucos são. Uma vez o mais idoso, para a edificação dos demais, fingiu estar bravo com ele na igreja e ordenou que ele saísse antes da hora. Sabendo que ele era inocente do que fora acusado pelo pastor, ao estar a sós com o mesmo, comecei a defender a causa do tesoureiro diante do grande homem. Mas o sábio diretor disse: "Eu também sei, Pai, que ele não é culpado, mas da mesma forma que seria uma pena e errado roubar o pão da boca de uma criança faminta, assim também o diretor de almas não prejudica tanto a si quanto o asceta se ele não lhe dá frequentes oportunidades de obtenção de coroas como o superior considera que ele mereça ganhar a cada hora, o que se consegue com insultos, desonra, desprezo ou zombaria. Pois três erros muito sérios seriam cometidos: primeiro, o próprio diretor seria privado das recompensas de correção e punição que ele próprio receberia; em segundo lugar, o diretor agiria injustamente quando podendo trazer lucro a alguém não o faz; em terceiro lugar, o dano mais grave é que muitas vezes as pessoas que parecem ser mais trabalhadoras e pacientes, se forem deixadas um tempo sem culpa ou reprovação do superior para serem confirmadas na virtude, perdem a mansidão e paciência que tinham previamente. Pois mesmo a terra boa, fértil e frutífera, se for deixada sem a água da desonra, pode voltar-se para a floresta e produzir espinhos de vaidade, covardia e audácia. Sabendo disso, o grande apóstolo mandou dizer a Timóteo: "Guarda, corrige, repreende-os a tempo e fora do tempo". (2 Timóteo 4, 2).
28) Eu discuti a questão com o diretor, e lembrei-o da enfermidade de nossa raça, e que a imerecida, ou talvez merecida, punição pode fazer muitos se afastarem do rebanho. E, novamente, aquele templo de sabedoria disse: "Uma alma unida com amor e fé ao pastor por amor a Cristo não o deixará mesmo que seja ao preço de seu sangue e especialmente se ele recebeu por meio do pastor a cura de suas feridas, para que ele se lembre daquele que diz: nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Cristo. (Romanos 8,58). Mas se a alma não está ligada, amarrada e devotada ao pastor deste modo, então me pergunto se este homem não vive em vão neste lugar, pois ele está unido ao pastor por uma obediência falsa e hipócrita". E realmente este grande homem não enganou, mas dirigiu, levou à perfeição e ofereceu a Cristo sacrifícios sem mácula.

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