Filosofia e Existência

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domingo, 16 de março de 2014

Quarto degrau...23 e 24... Isidoro

Continuação do post anterior...

23) Um certo homem chamado Isidoro, magistrado, da cidade de Alexandria, tinha recentemente renunciado ao mundo no mosteiro mencionado, e eu o encontrei ainda lá. Aquele pastor santíssimo, após aceitá-lo, descobriu-o cheio de malícia, cruel, manhoso, feroz e arrogante. Mas com ingenuidade humana que os mais sábios homens maquinam a fim de enganar os demônios, disse a Isidoro: "Se você decidiu tomar sobre si o jugo de Cristo, então deves, em primeiro lugar, aprender a obediência". Isidoro respondeu: "Assim como o ferro ao ferreiro, assim me entrego em submissão a ti, pai santo". O grande pai, fazendo uso dessa metáfora, deu um exercício a Isidoro, para moldá-lo e disse, "Eu quero que você, irmão de natureza, fique na porta do mosteiro e faça uma prostração a todos que entrarem ou saírem, e suplique dizendo: Ore por mim, pai; pois sou um epiléptico". E ele obedeceu como um anjo obedece ao senhor. Passando sete anos nessa função, ele adquiriu uma profunda humildade e compunção. Então o pai amoroso, passados os setes anos legítimos de incomparável paciência do homem, julgou-o digno de ser contado entre os irmãos e quis professá-lo e ordená-lo. Mas Isidoro, através da intervenção de outros e da minha, implorou ao pastor para deixá-lo terminar esta missão como ele vivia antes, insinuando que seu fim se aproximava. E foi de fato o que aconteceu. Quando o diretor permitiu permanecer como estava, dez dias depois, em sua humildade, passou gloriosamente ao Senhor. E no sétimo dia após sua partida, o porteiro do convento também se foi. Pois o abençoado homem havia lhe dito: "Se eu tiver achado graça aos olhos do Senhor, em curto espaço de tempo , tu também estarás unido a mim". E foi o que de fato aconteceu, no testemunho de sua obediência sem vergonha, e divina humildade.

24) Quando ainda vivia, eu perguntei a este santo Isidoro qual ocupação tinha em mente durante este tempo no portão. E o famoso asceta não me ocultou, no intuito de me ajudar: "No princípio", ele disse, "eu julguei que havia sido vendido como escravo por meus pecados, e assim com grande amargura, esforço, eu fazia cada prostração. Mas depois que um ano se passou meu coração não sentia mais dor e eu esperava uma recompensa do próprio Deus por minha obediência. mas passado um ano, passei a tomar consciência de minha própria indignidade, mesmo vivendo no mosteiro, conhecendo os pais e participando dos Mistérios Divinos. E assim não me atrevia a olhar a ninguém no rosto, mas dobrava baixo com os olhos, e ainda mais com o pensamento, realmente implorando pelas orações de quem entrava e saía.

 

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