Filosofia e Existência

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quarta-feira, 12 de março de 2014

Quarto degrau... 11... Sobre o ladrão arrependido

Quarto degrau... 11... Sobre o ladrão arrependido
Continuação...

11) Terrível foi o julgamento de um bom juiz e pastor que certa vez em um mosteiro. Enquanto eu estava lá, aconteceu que um ladrão pediu para ser admitido na vida monástica. O excelente pastor e médico ordenou-lhe descansar por sete dias, para ver o tipo de vida que existia naquele lugar. Quando passou uma semana, o pastor chamou-o e perguntou-lhe privadamente: "Você gostaria de viver conosco?" E quando viu que ele concordou com toda a sinceridade, então questionou-o sobre o mal que ele havia cometido no mundo. E como viu que o mesmo havia-lhe confessado tudo, ele foi mais longe e disse: "Eu quero que conte isso na presença de todos os irmãos". Como ele literalmente odiava esse pecado, fazendo troça de toda vergonha, sem a menor hesitação prometeu fazer isso. "E se o senhor quiser...", ele disse, "ainda o conto no meio da cidade de Alexandria".
E assim o pastor reuniu todas as suas ovelhas na Igreja num número de 230, e durante o ofício divino (pois era Domingo), após ler o Evangelho, ele apresentou este condenado irrepreensível. Ele foi arrastado por vários irmãos que lhe davam golpes moderados. Suas mãos foram amarradas atrás das costas, ele foi vestido com uma manta com capuz, sua cabeça foi polvilhada com cinzas. Todos se admiraram com a visão. E logo ecoou um forte lamento, já que ninguém sabia o que estava acontecendo. Então, quando o ladrão apareceu na porta da Igreja, aquele santo superior que tinha amor pelas almas, exclamou: "Pare! Você não é digno de entrar aqui"
Estupefato com a voz do pastor vinda do santuário (pois ele pensou, como mais tarde garantiu com juramentos, que ele não tinha ouvido voz humana mas um trovão), ele imediatamente caiu sobre seu rosto, temendo e tremendo com medo. Como ele jazia no chão e o molhava com suas lágrimas, este maravilhoso médico, utilizando todos os meios para a sua salvação, e desejando dar a todos um verdadeiro e eficaz exemplo de humildade, novamente o exortou, na presença de todos, a contar em detalhes o que ele fez. E com terror ele confessou um após outro todos os seus pecados, que revoltavam cada ouvido, não apenas os pecados da carne, naturais e não naturais, com seres racionais e com animais, mesmo envenenamento, assassinato, e muitos outros tipos de coisas indecentes de se ouvir ou mesmo propor-se a escrever. E quando ele terminou sua confissão, o pastor de uma só vez permitiu-lhe ser dado o hábito e ser contado entre os irmãos.

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