Filosofia e Existência

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quinta-feira, 13 de março de 2014

Quarto degrau... 12 a 17... Sobre o ladrão arrependido

Continuação do post anterior...

12) Surpreendido com a sabedoria daquele santo homem, perguntei-lhe quando estávamos sozinhos: "Por que fizeste um show tão extraordinário?". Este verdadeiro médico respondeu: "Por duas razões: primeiramente, entregar ao penitente vergonha futura pela vergonha presente, e ele realmente fez isso, o irmão João. Pois ele não se ergueu do chão até tido a remissão de todos os seus pecados". E não duvido disso, pois um dos irmãos presentes confidenciou-me: "Vi alguém terrível segurando uma caneta e escrevendo cada pecado, e depois ele lhe fez uma cruz com uma caneta". E isso é provável pois se diz: "Confessarei ao Senhor meu pecado, e Tu perdoarás a perversidade d emeu coração" (Salmo 32, 5). E em segundo lugar porque há irmãos no mosteiro com pecados não confessados, e eu quero levá-los também à Confissão, senão não obterão perdão.

13) Vi muita coisa admirável que vale a pena ser lembrada com aquele pastor e seu rebanho. E uma grande parte dela tentarei por à tona para ser conhecida. Permaneci um tempo com ele, seguindo seu estilo de vida, e fiquei atônito ao perceber como aqueles habitantes da Terra estavam imitando seres celestiais.

14) Neste rebanho eles estavam atados pelo indissolúvel laço do amor; e o que era mais maravilhoso, estavam livres de toda familiaridade e conversa fiada. Mais do que tudo, eles não tentavam ferir a consciência de um irmão de qualquer forma. E se alguém mostrasse ódio a outro, o pastor o colocava em uma parte isolada do mosteiro, como um condenado. E quando um dos irmãos falou mal de seu vizinho ao pastor, o homem santo imediatamente ordenou sua expulsão dizendo: "Não posso permitir nem um diabo visível, nem um invisível no mosteiro".

15) Vi entre estes santos pais coisas proveitosas e admiráveis. Vi uma fraternidade reunida e unida no Senhor, com uma admirável vida tanto ativa quanto contemplativa. Porque eles estavam tão ocupados com pensamentos divinos e experientes em boas ações que não havia qualquer necessidade que o superior lhes lembrasse de qualquer coisa e de boa vontade despertavam uns aos outros na divina vigilância. Eles tinham certos afazeres divinos certos, definidos, fixados e estudados. Se na ausência de um superior um deles começasse a usar linguagem abusiva, ou a criticar pessoas ou a falar à toa, algum outro irmão o chamava atenção secretamente e discretamente o interrompia. Mas se, por acaso, este irmão não se tocasse da reprimenda, então o irmão que lhe chamou atenção se prostrava e retirava. E o incessante tema da conversa era a lembrança da morte e o dia do juízo.

16) Eu não devo omitir a extraordinária realização do padeiro desta comunidade. Vendo que ele tinha atingido a lembrança constante de seus pecados, debulhando-se em lágrimas durante o serviço, pedi-me que ele me dissesse como veio a ocorrer-lhe tão grande Graça. E por tê-lo pressionado, ele me respondeu: "Eu nunca pensei que estava servindo aos homens, mas a Deus. E julgando-me indigno disto, por este fogo invisível estou incessantemente me lembrando do fogo futuro".

17) Ouçamos sobre outra realização surpreendente deles. Pois nem mesmo no refeitório eles cessam a atividade do espírito, mas de acordo com um certo costume estes homens abençoados lembram-se uns aos outros da oração interior por meio de sinais e gestos secretos. E eles não o fazem apenas no refeitório, mas a cada encontro e reunião.




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