Filosofia e Existência

Filosofia e Existência
estude filosofia a distância

terça-feira, 11 de março de 2014

Quarto degrau... continuação... (5 a 10)

Quarto degrau... (5 a 10)

5) Você que decidiu retirar-se para a arena da confissão espiritual, que deseja ter em seu pescoço o jugo de Cristo, você que está tentando colocar sobre Outros ombros seu próprio fardo, você que está prestes a assinar um compromisso que te faz voluntariamente um escravo, e em troca quer a liberdade que foi prometida, você que está se apoiando nas mãos de outros para atravessar este grande mar, você deve estar ciente que decidiu viajar por um curto mas áspero caminho, do qual há um único desvio chamado singularidade (ou independência, ou autorregulação). Mas aquele que renunciou a isto inteiramente, mesmo nas coisas que parecem ser boas, espirituais e agradáveis a Deus, alcançou o fim desejado antes do término da jornada. Pois a obediência é a desconfiança de si em tudo, por melhor que possamos ser, até o fim de nossas vidas.

6) Quando o que nos motiva é a humildade e um real desejo de salvação nos prende o pescoço e nos faz confiarmo-nos a outro no Senhor, antes de iniciar neste vida, se há qualquer vício ou orgulho em nós, devemos primeiro nos testar e por assim dizer analisar nosso timoneiro, de modo a não confundir um mero marinheiro com o piloto, um homem doente com o médico, um apaixonado por um homem desapegado, o mar por um porto, e assim causar o rápido naufrágio de nossa alma. Mas uma vez introduzidos na arena da religião e da obediência, nós não devemos julgar mais nosso bom gestor em qualquer coisa que faça, mesmo que vejamos nele pequenas falhas, já que ele é apenas um ser humano. Caso contrário, sentando-se no julgamento, não obteremos nenhum lucro de nossa sujeição.

7) É absolutamente indispensável àqueles que desejam ter fé indubitável em seus superiores escrever suas boas ações de maneira indelével em seus corações e constantemente lembrarem-se delas, para que quando os demônios semearem entre nós desconfiança com relação a eles, possamos ser capazes de silenciá-los pelo que é preservado em nossa memória. Quanto mais fé florescer em nosso coração, mais entusiasmo nosso corpo terá para o serviço. Mas aquele que tropeçou na desconfiança já caiu, pois tudo o que não brota da fé é pecado (Romanos 14,23). No momento em que qualquer pensamento de julgamento ou condenação de seu superior lhe vir à mente, corra-se dele como da prostituição. O que quer que você faça, não dê licença a esta serpente, nem lugar, nem entrada, nem poder, mas diga à serpente: "Ouça, enganador, eu não tenho autoridade para julgar meu superior, mas ele foi designado para julgar-me. Não sou eu que sou seu juiz, mas é ele quem é o meu".

8) Os padres estabeleceram que a salmodia é uma arma, a oração um muro e as lágrimas honestas um banho; mas a obediência abençoada em seu julgamento é confissão de fé, sem a qual ninguém sujeito às paixões verá o Senhor. (Hebreus 12, 14)

9) Aquele que se submete, realiza o preceito. Se sua obediência por amor a Deus é perfeita, mesmo que ele não pareça perfeito, escapará do julgamento. Mas se ele faz a sua própria vontade em algumas coisas, então, ainda que ele se considere obediente,  ele coloca peso sobre os próprios ombros. É bom quando o superior não desiste dele reprovando-o, mas se ele ficar silencioso, não sei o que dizer. Aqueles que se submetem ao Senhor na simplicidade correm a boa corrida sem provocar a bílis dos demônios contra eles por sua curiosidade.

10) Antes de tudo, vamos fazer nossa confissão ao bom juiz e a ele apenas. Mas se ele ordenar, então a todos. Feridas exibidas em público não pioram, mas são curadas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário